sexta-feira, 5 de março de 2010

Ah! Eu já sabia... Governo quer Petrobras para barrar estrangeiros no etanol

Esta matéria foi publicada no site www.brasileconomico.com.br (Camila Moreira/Reuters)

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O governo articula o fortalecimento da recém-criada ETH-Brenco via Petrobras e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) visando evitar um processo de desnacionalização da cadeia de produção de etanol do Brasil, publicou nesta quarta-feira (3) o jornal "Folha de S.Paulo".

De acordo com o jornal, a Petrobras negocia fatia de até 40% na sociedade - cerca de R$ 2,8 bilhões considerando o valor estimado da nova companhia, cuja controladora é a Odebrecht, de R$ 7 bilhões.

Já o BNDESPar, braço de investimento do banco estatal, investirá R$ 300 milhões em aumento de capital para manter participação de 16,6% na empresa (fruto de dívidas convertidas em ações).

Além disso, informa a Folha, a Petrobras tem planos de adquirir em 2010 outras três usinas de cana, investindo R$ 450 milhões na operação, que se somariam ao patrimônio da ETH. A estatal, entretanto, informou que não negocia nenhum tipo de parceria com a empresa e não comentará as negociações.

A preocupação do Planalto com um processo de desnacionalização da cadeia do etanol teria atingido seu auge, segundo o jornal, no mês passado, quando a Cosan, maior empresa do setor sucroalcooleiro no Brasil, anunciou negociações com a Shell para a formação de uma joint-venture avaliada em US$ 12 bilhões que vai reunir operações de açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e pesquisa.

Em 18 de fevereiro, a ETH Bioenergia, controlada pelo conglomerado Odebrecht, formalizou a aquisição da Brenco, dando passo importante na direção da liderança global em produção de etanol à base de cana-de-açúcar.


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Como o blog já tinha antecipado (leia em http://logisticaeagronegocio.blogspot.com/2010/02/reacao-da-petrobras-fusao-shell-cosan.html), fica claro que o Governo Federal vai intervir no segmento sucroenergético. Também fica claro que o caminho seria via ETH-Brenco, face as estreitas relações com os controladores da empresa (lembrem-de da Quartor-Brasken).

Nossa esperança é que não seja criada a ALCOOLBRAS ou ETANOLBRAS, pois em minha opinião não existe competitividade em uma empresa que tem gestão pública. Mesmo a Petrobrás só tem fartos lucros pelo segmento (sempre aquecido) e pelo monopólio.

A consolidação do setor está caminhando a passos largos e é irreversível. Alguns grupos nacionais e estrangeiros estão aproveitando a oportunidade (empresas extremamente alavancadas) para entrar no segmento e outros para expandir negócios.

Várias teorias estão por trás da consolidação:
- Oportunidade de negócios: As usinas estão depreciadas e são adquiridas a preços baixos para serem reestruturadas e depois vendidas.
- Consolidação de oligopólios: Assim como no segmento de hidrocarbonetos, os investimentos são altos e somente os grandes grupos serão capazes de se organizar e obter margens.
- Mercado de crédito de carbono: existe um mercado gigantesco inexplorado. Hoje apenas a co-geração de energia via biomassa gera crédito. A entrada de grupos como a Shell pressionará o mercado a aceitar o CO2 das áreas de cultivo.

O mercado está aquecido!

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