segunda-feira, 5 de julho de 2010

Informações sobre tancagem de Etanol...Grupo São Martinho pretende estocar 76% do etanol produzido & BNDES financia tancagem (Está é velha!)

O Grupo São Martinho pretende utilizar na safra 2010/2011 toda a capacidade de estocagem de 462 milhões de litros de etanol para poder escoar o combustível quando o preço remunerar melhor a produção, o que é esperado para o período entre dezembro deste ano a março de 2011. "Temos capacidade de estocar 76% da produção e pretendemos utilizá-la, pois avaliamos que os preços irão subir com a forte demanda no mercado interno", disse João Carvalho do Val, diretor financeiro e de Relações com Investidores.

O processamento nas três unidades da companhia - São Martinho e Iracema, em São Paulo, e Boa Vista, em Goiás - deve atingir 13,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra atual, alta de 6% sobre as 12,92 milhões de t de 2009/2010.A produção de etanol deve permanecer em torno de 600 milhões de litros. Já a produção de açúcar deve ser priorizada devido aos preços remuneradores da commodity e saltar para 860 mil toneladas, ante 702 mil t em 2009/2010. "Encerramos hoje o primeiro trimestre da atual safra com 38% da moagem prevista já realizada e em 33% da safra, ou 80 dias, ou seja, estamos adiantados", disse Val.

Com a alta capacidade de estocagem, o executivo afirmou que a companhia priorizará a comercialização de açúcar e álcool no quarto trimestre do ano-safra, ou seja, entre dezembro e março, que coincide com a entressafra da cultura, quando os preços das commodities normalmente são mais remuneradores. "Como os preços nesse trimestre foram bons, iremos buscar a estratégia de vender nesse período novamente [em 2011]", afirmou Felipe Vicchiato, gerente de Relações com os Investidores da companhia.

O diretor financeiro e de RI do Grupo São Martinho disse que 55% da produção de açúcar da atual safra já foi protegida e fixada em torno de 20,5 cents por libra-peso, ante cotação atual entre 15 cents e 17 cents, dependendo do contrato negociado na Bolsa de Nova York. Vicchiato reafirmou que a política da companhia prevê, para o próximo exercício, que receitas e despesas oriundas de fixação de açúcar, álcool e dólar sejam contabilizadas na receita quando contratos forem liquidados.

No balanço anual divulgado terça-feira, o Grupo São Martinho reverteu prejuízo de R$ 71,865 milhões no ano fiscal 2009 para o lucro de R$ 93,196 milhões em 2010, e relatou crescimento da receita líquida de 52,8%, de R$ 774,44 milhões para R$ 1,183 bilhão entre os períodos. O resultado foi atribuído às altas na produção e no valor do açúcar e aos cortes em custos administrativos.

O Grupo São Martinho irá utilizar na safra 2010/2011 toda a capacidade de estocagem de 462 milhões de litros de etanol (76%) para poder escoar o combustível quando o preço remunerar melhor a produção.

Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços - 05/07/2010

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A medida lançada pelo governo, chamada de “warrantagem”, possibilitará ao produtor brasileiro estocar etanol durante a entressafra e, assim, reduzir oscilações no preço do produto durante o ano. O plano, anunciado nesta quinta-feira (05/03/2009) pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, prevê a liberação de R$ 2,5 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar o armazenamento de cinco bilhões de litros de etanol na safra 2009/10. Os recursos estarão disponíveis a partir de maio deste ano.

Para o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, “se não houvesse a liberação do financiamento da estocagem a tendência para a safra 2009/10 seria de um mercado de etanol com preços deprimidos e um mercado de açúcar mais demandante, devido ao déficit internacional de produção”. Na sua avaliação, a decisão “permitirá que a próxima safra não seja tão açucareira, pois passa a ser interessante a estocagem do etanol com financiamento público”.

Sem a warrantagem, os estoques de etanol ficam essencialmente por conta das usinas produtoras, que suportam todo o custo do armazenamento do etanol que abastece o mercado ao longo de todo o ano, especialmente durante a entressafra.

Embora ainda seja preciso analisar detalhadamente todo o conteúdo do plano, como por exemplo, a taxa de juros a ser praticada, a UNICA considera a medida “positiva e oportuna”. Ainda restam dúvidas sobre quais serão os agentes financeiros que, além do Banco do Brasil, poderão repassar os recursos às usinas de cana-de-açúcar, assim como detalhes sobre as garantias a serem exigidas para a concessão do crédito, além da relação de 1,5 litros para cada litro financiado, já anunciada pelo Governo.

A warrantagem proporcionará maior equilíbrio entre os mercados de etanol e açúcar, permitindo aos produtores brasileiros tirar proveito dos melhores preços praticados no mercado internacional do açúcar.

“Isto deve se refletir positivamente no aumento das exportações do setor para 2009, em relação aos totais do ano passado, beneficiando também o mercado interno, pois o fluxo de comercialização de etanol ao longo do ano será mais regular, evitando-se uma volatilidade excessiva de preços e volumes comercializados. Isto também significa mais estabilidade de preços ao longo do ano, e mais oferta durante a entressafra”, finaliza o presidente da UNICA.

Fonte: www.unica.com.br

Transpetro já tem propostas para barcaças.

A Transpetro recebeu ontem seis propostas para construção de barcaças, que serão usadas no transporte hidroviário do etanol produzido nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste para a Refinaria de Paulínia (Replan).

As propostas, que partiram de 13 empresas, serão avaliadas entre 30 e 60 dias e as primeiras unidades deverão ser entregues no fim de 2011.

Com a entrada em operação dos 20 comboios da Transpetro, a utilização da Hidrovia Tietê-Paraná passará dos atuais 20% para 35% de sua capacidade.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Gávea e TPG tornam-se sócios da Rumo

Os fundos de investimento Gávea e Texas Pacific Group (TPG) tornaram-se sócios da Rumo Logística, empresa de transporte ferroviário controlada pela Cosan. Os dois investidores fizeram, juntos, aporte de R$ 400 milhões e vão ficar, cada um, com 12,5% do negócio (25% no total), calculado em R$ 1,6 bilhão. A Cosan manterá os 75% restantes.

A entrada de sócios estratégicos nesse negócio já fazia parte dos planos do grupo desde que a Rumo foi constituída, há quase dois anos. A empresa, voltada para o transporte ferroviário de açúcar entre o interior de São Paulo e o porto de Santos (SP), começou suas operações, de fato, no início deste ano.

A meta da empresa de logística é movimentar de 9 milhões a 10 milhões de toneladas de açúcar por safra - o que representa um terço da produção total do Centro-Sul do país - até 2012. Neste primeiro ano de operação, a expectativa da Rumo é atingir 5 milhões de toneladas de açúcar a granel. Para 2011, as projeções já são de 6,5 milhões a 6,8 milhões de toneladas.

Marcos Lutz, principal executivo da Cosan, afirmou que os fundos Gávea e TPG terão a opção, nos próximos três anos, de trocar de posição, ou seja, sair da Rumo para obter participação na Cosan, caso a empresa de logística não apresente liquidez. Os acionistas, contudo, não acreditam que essa seja uma possibilidade real, uma vez que o escoamento ferroviário tem forte potencial de crescimento. A Rumo também deverá ir à bolsa, quando as condições macroeconômicas ficarem favoráveis, segundo o executivo.

O transporte de açúcar pelos trilhos começou a ganhar corpo nos últimos anos - tradicionalmente o escoamento é feito por caminhões. Atualmente, cerca de 15% da produção de açúcar do país é escoada por trens. Os caminhões respondem por 85% do transporte da commodity até os portos. No futuro, essa equação poderá se inverter, acreditam os especialistas do setor.

Para viabilizar seu projeto, a Cosan, quando ainda era 100% controladora do negócio, encomendou 739 vagões e 50 locomotivas, que somam cerca de R$ 440 milhões. Do total, 439 vagões já estão rodando, afirmou Júlio Fontana Neto, presidente da Rumo. Quatro das 50 locomotivas também já foram entregues e todas estarão operando a pleno vapor até o início de 2011. A fábrica da GE em Contagem (MG) será responsável pelas locomotivas. As empresas Maxion e Randon estão entregando os vagões, na proporção dois terços e um terço cada, respectivamente.

"Vamos receber 28 locomotivas até o fim do ano e outras 18 até o fim do primeiro semestre de 2011", afirmou o executivo. Fontana, que por 12 anos presidiu a empresa MRS Logística, está à frente desse projeto há quase um ano.

A compra dos ativos ferroviários (vagões e locomotivas) da Cosan foi financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da linha Finame, com juros de 4,5% ao ano, por 10 anos, com dois de carência. A ALL (América Latina Logística) é a responsável pela gestão desses ativos.

Há investimentos em curso também na melhoria e duplicação da via férrea, incluindo duplicações de trechos, que devem avançar nos próximos meses, que somam cerca de R$ 535 milhoes. A Rumo já fez os pedidos de licenças ambientais para duplicação de trechos da ferrovia que interliga a cidade paulista de Itirapina a Santos, que soma 330 quilômetros, e para a construção de um grande terminal de captação de cargas em Itirapina. A empresa ainda dispõe de centros de captação em Sumaré (Airosa Galvão) e Pradópolis. O de Sumaré teve seu trecho de 180 quilômetros duplicado.

No início do ano, a Rumo fechou contrato para escoamento de parte da produção de açúcar do grupo São Martinho, um dos maiores produtores sucroalcooleiros do país. Segundo Fontana, outros contratos poderão ser alinhavados nos próximos meses.

Nesses últimos meses, a Rumo participou de "road shows" (apresentações) para atrair investidores ao negócio. Vários grupos e fundos se interessaram pela empresa de logística da Cosan - a maior companhia produtora de açúcar e álcool do mundo e uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país. A operação da Rumo não estava, contudo, condicionada à entrada desses sócios, segundo Lutz.

Fonte: Valor On Line - 05/07/2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cosan fecha contrato de R$ 1 bilhão com Braskem

A Cosan, maior fabricante de açúcar e álcool do País, fechou um acordo de fornecimento de etanol para a Braskem, que será utilizado na produção do plástico "verde". O acordo deve render aos cofres da Cosan R$ 1 bilhão em um prazo de cinco anos. Por ano, a Cosan vai fornecer à planta da Braskem em Triunfo (RS) 175 milhões de litros de etanol industrial. O contrato entre as empresas prevê o aumento de volume, o que vai depender da demanda pelo plástico verde - produto cuja tecnologia foi desenvolvida pela Braskem e será produzido na unidade gaúcha.

Com a parceria, a Braskem passa a ser a maior compradora de etanol industrial do País. Dos 2 bilhões de litros de etanol previstos pela Cosan para a safra 2010-2011, 9% serão destinados à Braskem. O fornecimento começa em 1.º de agosto e termina em 21 de junho de 2015. A unidade de plástico verde da companhia vai processar por ano cerca de 700 milhões de litros de etanol. Além da Cosan, outra grande fornecedora será a ETH, que pertence ao grupo Odebrecht, também controlador da Braskem.

Para abastecer a planta gaúcha, a Cosan terá de adaptar a estrutura ferroviária de Ourinhos (SP), onde será instalado um transbordo ferroviário para que o álcool, transportado até lá de caminhão, seja despejado nos vagões de trem. A mesma infraestrutura no interior paulista vai servir para abastecer os postos de combustível da bandeira Esso, que pertence à Cosan. A Braskem, por sua vez, também precisará investir na estrutura logística da via férrea.

Além de fornecer o etanol, a Cosan vai fazer toda a gestão logística do transporte ferroviário do produto até o Rio Grande do Sul, o que representa um ganho a mais no contrato, segundo Mark Lyra, diretor de Importação e Exportação da empresa. As conversas entre as duas empresas ocorrem há dois anos e só foram concretizadas em um contrato depois de confirmada a decisão da Braskem de apostar na tecnologia do plástico verde, com a construção da primeira planta no País que vai obter resina plástica com uso do derivado da cana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

BRASKEM ANTECIPA INAUGURAÇÃO DE FABRICA DE POLIETILENO DE BIOETANOL

SÃO PAULO - A Braskem irá antecipar a inauguração de sua fábrica de polietileno produzido a partir do etanol, confirmou hoje o presidente da companhia, Bernardo Gradin. Segundo o executivo, a nova data será divulgada formalmente ainda este mês.

A inauguração da fábrica de Triunfo, no Rio Grande do Sul, seria no fim de setembro, de acordo com o cronograma original. Com produção prevista de 200 mil toneladas do produto por ano, o empreendimento colocará a Braskem na liderança mundial no segmento de resinas renováveis.

"Estudamos uma continuidade de investimentos para assegurar essa liderança", acrescentou o executivo, durante feira do setor químico que ocorreu hoje em São Paulo. A companhia, segundo Gradin, está em negociação com empresas estrangeiras na área de tecnologia para ampliar a capacidade de produção de resinas a partir do etanol.

No mês passado, a Braskem lançou o selo "I´m green", que tem como objetivo identificar os polímeros produzidos a partir de matérias-primas renováveis.

Segundo dados do Plano Nacional da Indústria Química, divulgado hoje pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), as companhias químicas e petroquímicas planejam investir cerca de US$ 20 bilhões até 2020 no desenvolvimento de uma indústria de base renovável

Grupo São Martinho e Petrobras se Unem. Será a Alcoolbras ou Etanolbras?

Notícia publicada dia 21/06/2010 no site www.valoronline.com.br

A Petrobras Bicombustível S.A. (PBio) e São Martinho acertaram uma parceria visando ao crescimento da produção de etanol na região Centro-Oeste. O negócio envolve as subsidiárias Usina Boa Vista e SMBJ Agroindustrial, do grupo sucroalcooleiro.

A transação envolve a constituição de uma nova sociedade, batizada de Nova Fronteira Bionergia, que vai controlar as duas subsidiárias do São Martinho. A PBio vai ter 49% desse empreendimento por meio de subscrição de R$ 420,8 milhões em ações e terá direito de preferência para adquirir até 49% da produção de etanol e energia elétrica da empresa constituída pela parceria.

"O investimento a ser efetuado pela PBio através da integralização das ações ocorrerá em duas parcelas, sendo a primeira equivalente a R$ 257,6 milhões a ser desembolsada em até 90 dias, após a conclusão da análise jurídica das documentações das empresas ("due dilligence"), e a segunda equivalente a R$ 163,2 milhões, a ser desembolsada em até 12 meses da data de subscrição", conforme fato relevante divulgado pela Petrobras.

Quanto à questão administrativa, o diretor presidente e o diretor de operações da Nova Fronteira Bionergia serão indicados pela São Martinho. A PBio vai nomear o diretor financeiro e administrativo.

Em reportagem publicada hoje, o Valor antecipou o negócio e notou que a operação representa a terceira incursão da Petrobras em usinas sucroalcooleiras. A primeira foi a compra de participação na mineira Total, ocorrida em dezembro.

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Nota do Blog:
Como já havíamos antecipado, fica difícil aceitar que a Petrobras (lider em todos os segmentos que participa) seja a terceira, quarta empresa do setor. Lider mercado de distribuição (seguido de perto pela Shell/Cosan e pela Ipiranga/Grupo Ultra) de combustíveis, a Petrobras ainda possui um timida participação no segmento de produção de etanol de cana-de-açúcar. Nos próximos 04 anos teremos uma reviravoltra no segmento, princplamente se a candidata Dilma se eleger presidente da nação em outubro/2010. Haja concentração...

domingo, 16 de maio de 2010

Produção de cana no Zimbabue ampliará mercado de biocombustíveis na África

Interessante notícia para quem (ainda) acredita na internacionalização do etanol decana-de-açúcar. Só esqueceram de um pequeno grande detalhe: o consumo de água. Historicamente todos os países da África tem grandes problemas com água potável. Dentre as demandas por água doce, a agricultura lidera o consumo, sendo utilizada para irrigação, aproximadamente 70% de toda a água doce disponível.

Com relação ao setor industrial, segundo estimativas da ANA – Agência Nacional de Águas, o volume de água utilizada pela indústria crescerá de 750 m3/ano em 1995 para um valor de 1170 m3/ano em 2025.

Neste contexto o Brasil se destaca, pois possuí 12% das reservas mundiais de água doce e 25% das águas doces frias disponíveis, tendo 112 trilhões de m3 de água doce em seu subsolo e apenas 6% da população da Terra.

Em 1997, necessitava cerca de 5,0 m3/tonelada de cana (tc), até mais recentemente necessitava cerca de 1,8 m3/tc e atualmente pode-se obter a necessidade de apenas cerca de 1 m3/tc, sendo ainda com recuperação de 98%, podendo ser re-utilizada na irrigação dos canaviais.

O desafio está lançado: Pesquisa para redução do consumo de água para produção de etanol, não esquecendo da destinação da vinhaça (ou vinhoto), que é gerado na ração de 1/12 hoje (1 litro de etanol gera em média 12 litros de vinhaça).

Mãos a obra!

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O Zimbabue pretende se tornar o maior produtor de cana-de-açúcar da África, produzindo um bilhão de litros de etanol por ano até o final da próxima década e, consequentemente, exportando o biocombustível para outros países do continente africano. As informações são do grupo zimbabueano Boabab Energy, responsável pelo projeto.

O diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, confirma que o Zimbabue tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de cana-de-açúcar no mundo. “Assim como o Brasil, o Zimbabue e a maioria dos países africanos possuem condições agroclimáticas muito boas para a produção de cana,” destaca.

Dados do estudo Global Agro-Ecological Zones Assessment: Methodology and Results, avalisam os argumentos. De acordo com o trabalho desenvolvido pelo pesquisador austríaco Günther Fischer, ligado ao Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA, em inglês) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o potencial de área agricultável para a produção de cana no continente africano é de 81 milhões de hectares. Ou seja, dez vezes a área total utilizada no Brasil para a cultura da cana atualmente.

Ambiente regulatório

Para consolidar o mercado de biocombustíveis no Zimbabue, alcançando um equilíbrio entre a produção e o consumo, o diretor executivo da UNICA ressalta “a importância da criação de um ambiente regulatório, além dos investimentos nas técnicas e tecnologias de plantio. A mistura mandatória de etanol na gasolina seria um bom começo.”

Esta também seria uma medida importante para ajudar a transformar o etanol em uma commodity global. “Com um numero cada vez maior de países fabricando etanol, diminuirá o risco de uma eventual falta de oferta do produto no mercado internacional em decorrência de problemas climáticos ocorridos em outros países, que prejudiquem a safra de cana e a produção de etanol, por exemplo,” explica Sousa.

O projeto

O Boabab Energy informa que, em dez anos, o destino mais provável das exportações de etanol zimbabueano será a África do Sul. Dados da empresa indicam que o mercado sul-africano deverá consumir anualmente cerca de 760 milhões de litros de etanol. Isso, graças à política daquele país que determina a mistura de 8% de etanol aos combustíveis fósseis, derivados do petróleo.

O projeto de produção de um combustível renovável no Zimbabue terá duas etapas. Inicialmente será criada uma área de 12 mil hectares (ha) de cana no estado de Chisumbanje, região sudeste do país. Posteriormente, as plantações de cana serão expandidas para 40 mil ha. O volume de investimento total previsto no projeto será de US$ 220 milhões.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Preços do açúcar desabam...

Será que acabou o doce encanto?

A volatilidade dos preços internacionais pode afetar as decisões sobre o mix da safra? Como estabelecer uma estratégia com este cenário?

É importante ler a notícia abaixo.

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Com a queda abrupta dos preços do açúcar dos níveis de 26 a 30 centavos para patamares entre 16 e 17 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York, vendedores brasileiros tiveram que ceder à pressão e sentar-se à mesa com importadores para rever preços. Fontes do mercado estimam que somente com importadores indianos, essa renegociação envolveu 200 mil toneladas de açúcar branco e mais 100 mil toneladas do tipo VHP (bruto). Foram compradores que se negaram a cumprir contratos a preços altos enquanto as cotações derretiam.

Além do mercado externo, houve renegociações feitas internamente, entre tradings e usinas, que atingiram um volume ainda maior, de mais de 2 milhões de toneladas (10% das exportações), segundo Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting. "Estamos falando do maior volume já renegociado em uma única safra".

Foto Destaque

A renegociação de acordos, segundo ele, é normal em toda o ano, mas em volumes "razoáveis" que variam entre 200 mil e 300 mil toneladas por temporada - considerando mercados interno e externo. Mas as fortes chuvas na moagem do Centro-Sul, que impediram muitas usinas de produzirem todo o açúcar que já tinham vendido antecipadamente, fizeram com que a entrega fosse postergada para a próxima temporada, a partir de julho deste ano, quando as telas de Nova York estavam invertidas, ou seja, com preços futuros mais baixos do que os atuais naquele momento (no último trimestre de 2009). Assim, as tradings não aceitavam pagar o valor mais alto, se a entrega ia ser feita mais à frente, com preços menores. A estimativa é de que o deságio médio dessas renegociações tenha sido da ordem de 20%.

E ainda há muita água para rolar debaixo dessa ponte. Isso porque a recuperação da atual safra indiana, que termina em setembro deste ano, está de fato ocorrendo o que põem em xeque a real necessidade de o país asiático performar justamente parte desses contratos cuja entrega foi postergada para julho. Fontes do mercado indiano estimam que esse volume fique entre 500 mil toneladas e 800 mil toneladas.

"Ainda não há cartas de crédito abertas ao importador indiano para realizar esse volume. Além disso, com uma produção doméstica de 18 milhões de toneladas, fica difícil pensar em mais importações", diz uma das fontes atuantes na Índia.

A produção do país asiático na atual safra antes previstas em 14,5 milhões de toneladas, avançou com a melhora no clima e deve ser superior a 18 milhões de toneladas, segundo estima o trader de uma das principais empresas exportadoras mundiais de açúcar. "Estamos falando de uma mudança que adiciona 3,5 milhões de toneladas. Antes disso, a Índia previa importar 7 milhões de toneladas, já recebeu metade e agora não precisa mais completar o volume porque já há produção interna", acrescenta o trader. Além disso, diz a fonte, a Europa colocou em dois meses outras 500 mil toneladas da commodity no mercado.

Um outro executivo indiano, que também preferiu não se identificar, reforça a tese de que há uma "alta probabilidade" de essas 500 mil a 800 mil toneladas que foram renegociadas para julho não serem cumpridas. "Além da maior oferta na Índia, há uma pressão por baixa nos preços do açúcar, uma vez que os internos recuaram nas últimas semanas no país asiático de 42 rúpias [R$ 1,66] por quilo para 29 rúpias [R$ 1,15], quase 31% de queda", diz.

Dentro desse ambiente de "renegociação", é consenso de que há uma parcela ainda não estimada de cancelamento de contratos, em muitos casos envolvendo cargas que já tinham sido embarcadas ao país de destino. "Infelizmente, fica, portanto, inviável para as tradings redirecionarem essas cargas ao mercado interno, que está escasso de açúcar branco, com estoques de passagem próximos de zero", afirma o trader.

Ele complementa, ainda, que a maior parte dos contratos com problemas é de açúcar branco (ensacado), porque são comprados, muitas vezes, por agentes não tradicionais do mercado, que não se afetam muito com perda de credibilidade. A Índia foi em 2009 o maior importador de açúcar do Brasil, com 17% do todo o volume total exportado.

Fonte: Jornal Valor econômico

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Irã tem interesse no etanol brasileiro.


Os iranianos poderão investir em usinas produtoras de etanol no Brasil e importar o combustível. O tema surgiu em conversas do ministro Miguel Jorge com autoridades do país.

O Irã está interessado em usar o etanol brasileiro em seus carros. A informação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Miguel Jorge, que lidera uma missão empresarial ao Oriente Médio e está em Teerã. O interesse pelo combustível brasileiro foi manifestado durante encontro de Miguel Jorge com o ministro da Indústria e Minas, Ali Akbar Mehrabian. Os dois abriram nesta terça-feira (13), no Parnasian Esteghlal International Hotel, os encontros de negócios entre empresários brasileiros e iranianos. Um grupo de 86 homens e mulheres do Brasil integra a delegação.

De acordo com informações de Miguel Jorge à ANBA, o Irã tem interesse no etanol brasileiro em função dos problemas que enfrenta no fornecimento de gasolina. O país do Oriente Médio produz petróleo, mas não tem refinarias e encontra problemas para importar gasolina em função dos bloqueios comerciais que enfrenta. O etanol, segundo o ministro brasileiro, seria uma alternativa. Miguel Jorge acredita que ele teria que ser comprado do Brasil - e não produzido no próprio Irã - já que as terras iranianas não são muito propícias à agricultura.

De acordo com o ministro brasileiro, há possibilidade de que os iranianos invistam em fundos de usinas brasileiras produtoras de etanol. Atrair investimentos iranianos em etanol e agricultura, aliás, era um dos objetivos de Miguel Jorge para a missão. Na abertura dos encontros, na manhã desta terça-feira, o ministro falou ao público presente sobre a experiência brasileira com a tecnologia flex-fuel, possibilidade de abastecimento de combustível, em um mesmo veículo, tanto com etanol quanto com gasolina.

A visita da delegação despertou uma série de conversas sobre cooperação. De acordo com Mehrabian, na visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará a Teerã, em maio, será assinado um acordo na área de mineração. Segundo Miguel Jorge, um acordo de cooperação poderá facilitar os negócios neste segmento. Representantes da Vale, mineradora brasileira, estiveram reunidos, na capital iraniana, com representantes do setor de mineração para discutir possibilidade de negócios e parcerias. O ministro iraniano também manifestou interesse na experiência brasileira com produção de energia elétrica.

Durante o encontro desta manhã, o ministro Miguel Jorge ressaltou o avanço das relações entre Brasil e Irã, ocorrido principalmente após o início do mandato do presidente Lula. A exportação brasileira saiu de US$ 491 milhões em 2002 para US$ 1,2 bilhão no ano passado. Mehrabian afirmou que os dois países vão se esforçar para facilitar questões práticas do comércio, como o transporte de mercadorias e os financiamentos. Os dois ministros chamaram os empresários presentes a ajudar no aumento do comércio.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe

Etanol Marinho???


Processo utiliza macroalga oriunda dos oceanos Pacífico e Índico e levedura identificadas pela universidade como ingredientes para produção do combustível.

Enquanto empresas e centros de pesquisa do mundo buscam um processo que permita a produção em escala comercial do chamado etanol de segunda geração - obtido da celulose -, iniciativas paralelas já olham adiante e investigam formas ainda mais inovadoras de fabricar o combustível.

Uma delas está sendo conduzida no Brasil pelo ProAlga, grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Atualmente liderado por Maulori Curié Cabral, professor do departamento de virologia do Instituto de Microbiologia da UFRJ, o grupo tem conseguido avanços significativos em direção à obtenção de etanol de macroalgas vermelhas, principalmente da espécie Kappaphycus alvarezii, nativa do oceanos Índico e Pacífico.

A planta tem alto potencial de crescimento e de sequestro de gás carbônico em seu processo de fotossíntese, o que pode fazer dela uma vedete da sustentabilidade.

De acordo com Cabral, a alga possui em sua estrutura polímeros chamados galactanas. Essas substâncias são utilizadas pela indústria química e alimentícia na fabricação de cremes para barbear a embutidos.

Segundo o pesquisador da UFRJ, quando cultivada na costa do Sudeste brasileiro, a alga atinge o ponto de colheita em dois meses. No Nor_deste, porém, o crescimento chega a ser três vezes mais rápido. Isso ocorre porque a planta se desenvolve melhor em regiões mais quentes.

Combustível

O etanol é obtido a partir da alga seca, fato apontado por Cabral como uma vantagem adicional do processo. Desidratada, a biomassa pode ser estocada, o que não ocorre com a cana-de-açúcar. O próximo passo, a hidrólise da matéria-prima, quebra o polímero da planta, originando açúcares.

Estes são fundamentais para o passo seguinte do processo, a fermentação, que os transforma em álcool, ou seja, etanol.

"No começo, conseguíamos hidrolisar menos de 0,5% dos açúcares das galactanas. Hoje, chegamos nos 13,6%. Nosso objetivo é alcançar 20%", afirma Cabral, observando que a produção de etanol algáceo em larga escala se tornará viável quando esse percentual for de pelo menos 18%.

Além do avanço na hidrólise, o grupo também superou outra barreira ao encontrar uma levedura capaz de transformar os açúcares da galactana em álcool.

Segundo Cabral, o processo pode ser até cinco vezes mais eficiente que o de primeira geração, que usa cana ou milho como matéria-prima.

A meta é produzir o combustível em escala semi-industrial até o fim de 2012. Para isso, o grupo pretende solicitar ao BNDES financiamento para a instalação de uma biorrefinaria.

Gaseificação

Segundo Antonio Bonomi, diretor do programa de avaliação tecnológica do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), outra opção atualmente em estudo é a produção de etanol a partir de biomassa gaseificada.

O processo - que também pode gerar biodiesel, por exemplo - não deve ser confundido com similares que usam como matéria-prima carvão mineral ou gás natural.

"Existem no Brasil pesquisas sobre isso. O foco do CTBE é a tecnologia de segunda geração, mas vamos analisar essa rota termoquímica também", diz

Fonte: Jornal Brasil Econônico

sexta-feira, 26 de março de 2010

Hidroanel. Sera?


Caros amigos,

Li agora pouco sobre o assunto. Achei que era uma idéia ‘LULISTICA” , entretanto não eh não... Segue o artigo para reflexão.

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O Hidroanel da Garoa

Hidroanel projeto que permitira a navegação em 184 quilômetros de rios, obra unira os rios Tietê e Pinheiros a represa Billings. O projeto executivo do Hidroanel Metropolitano de São Paulo está em fase de conclusão.

A obra, que vai unir os rios Tietê e Pinheiros, na Capital, represa Taiaçupeba, em Mogi das Cruzes, além da Billings, que banha Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires,

Rio Grande da Serra e bairros do extremo Sul de São Paulo. Alternativas para uma Logística mais eficiente , para o transporte de cargas e passageiros e criação de uma central de abastecimento para privilegiar a intermodalidade .

Há três pontos potenciais na Grande São Paulo Carapicuíba, São Bernardo do Campo e Guarulhos.

Os 41 quilômetros do Rio Tietê, na Região Metropolitana de São Paulo, são navegáveis.

Esse trecho está localizado entre as barragens Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba, e da Penha, no Rio Tietê e rebaixamento de trechos da calha do Rio Pinheiros. Com isso, a parte navegável do rio irá até São Miguel Paulista. Além de favorecer a navegação, o reservatório defende a cidade das enchentes, pois amortece a vazão causada por grandes precipitações, esvaziando aos poucos o volume de água acumulado.

A proposta é que o hidroanel abranja , os rios Tietê e Pinheiros e as represas Billings e Taiaçupeba. Com a construção de um canal de 28 quilômetros, entre a Billings e Taiaçupeba. Com isso, serão 186 quilômetros de vias aquáticas circundando a Região Metropolitana. O projeto resgata a navegação na Região Metropolitana de São Paulo para ajudar a resolver os problemas com o trânsito e a logística no transporte de cargas e passageiros. O projeto de extensão da hidrovia Tietê-Paraná de Anhembi até Salto, vai possibilitar que as cargas transportadas por essa via cheguem perto da Grande São Paulo.

Já a ligação, por meio de hidrovia, de Salto com o hidroanel, esbarra num desnível de 200 metros existente ao longo de 100 quilômetros do rio, onde seriam necessárias várias barragens com eclusas.

A implementação do Hidroanel custara R$ 2 bilhões. Do montante , R$ 1,3 bilhão é o custo do canal, entre os reservatórios Billings e Taiaçupeba e R$ 700 milhões serão em obras de infraestrutura, para ampliar a navegação de 41 para aproximadamente 150 km. O prazo para a conclusão do hidroanel é de 12 anos.

Em duas décadas, a Represa Billings sera um grande elo no transporte de cargas entre a Grande São Paulo e o Porto de Santos.

Fonte: http://joresimao.blogspot.com/2009/12/o-hidroanel-da-garoa.html

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Imaginem só:

1) A carga agrícola (ou conteinerizada, ou solta, sei la), chegaria no alto da Serra do Mar

2) Um gigantesco terminal de transbordo as margens da Bilings

3) Descida via férrea (no caso da carga agrícola por correia transportadora ou ate mesmo um duto) para o Porto de Santos (ou Itanhaem, Praia Grande, Terminais Off Shore)

O sistema Anchieta-Imigrantes agradeceria. Uma melhoria na qualidade e na segurança viária. Por causa da economia aquecida, o volume de caminhões na Anchieta aumentou em 71% entre 2000 e 2008 (de 3,5 milhões para 6 milhões de caminhões por ano). Ao enfrentar as curvas, chuva e declive, que superaquece os freios dos veículos, estão criadas condições propícias para os acidentes.

A Ecovias, empresa concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, e a Agência Reguladora de Transportes do Estado (Artesp) estudam limitar o tráfego de veículos de passeio no sentido litoral da Via Anchieta como uma das medidas para reduzir os acidentes com caminhões, que apresentaram crescimento de 7% de janeiro a agosto deste ano, em comparação a 2008 (as ocorrências subiram de 503 para 539). Além disso, representantes da Ecovias, Companhia Docas de SP e Polícia Rodoviária divulgaram ontem um pacotão para frear o aumento dos acidentes nos trechos de serra da via.

Amigos, estes dados são de 2009... Imagine se o LULINHA PAZ E AMOR acerte na previsão e o Brasil cresça 5%, 6% ao ano nos próximos 10 anos. Em 2020 será mais rápido ir a pe que de carro para Santos.

Transporte de Açúcar e Etanol por barcaças... Porque esquecer do Tietê-Parana?

Esperando no cliente para mais rodada do BR In City li na web e escrevi...

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Agência Estado
A Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) prevê escoar 4 bilhões de litros de etanol pela hidrovia Tietê-Paraná, até 2015, quando toda a frota de 20 comboios adquiridos pela companhia estiver em operação. Hoje, a companhia lançou, durante a Feira de Negócios do Setor de Energia (Feicana), em Araçatuba (interior de SP), o edital da concorrência para a aquisição da frota, dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).

Segundo o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, 25 companhias serão convidadas para participarem da concorrência, num negócio estimado em US$ 400 milhões, o qual inclui, além da frota, um estaleiro para construção das 80 barcaças e dos 20 empurradores, bem como de terminais de recepção do combustível na hidrovia. Pelo cronograma da Transpetro, até maio de 2010 as propostas das empresas devem retornar, o resultado da vencedora sai em agosto e o contrato em setembro.
O início da construção do estaleiro está previsto para julho de 2011, o primeiro comboio deve ser entregue em dezembro do mesmo ano, mas somente em 2013, com nove comboios, o transporte de etanol começará. Isso porque a companhia ainda depende da interligação da hidrovia com a Refinaria de Paulínia (Replan), por meio de um duto. A obra do duto, que deve ligar a cidade de Anhembi (SP) a Paulínia (SP), será feita pela PMCC, companhia controlada pela Petrobras, a Mitsui e a Camargo Corrêa. Em 2015, todos os comboios estarão operando.

Segundo a Transpetro, a licitação prevê a compra de 20 comboios para o transporte pela hidrovia Tietê-Paraná, que tem 2,4 mil quilômetros navegáveis. É a primeira operação da companhia para o escoamento de etanol. O combustível será transportado das novas fronteiras da cana-de-açúcar, no oeste do Estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, até a Refinaria de Paulínia (Replan).

Cada comboio substituirá 180 carretas que trafegam por rodovias e tem um custo estimado três vezes menor que o transporte por estradas. O Promef Hidrovia prevê, assim como o Promef, um conteúdo 70% nacional nas embarcações. A Transpetro prevê que a encomenda gere 2 mil novos empregos.

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Ontem mesmo conversei com o amigo Rui Cambi sobre o assunto barcaças e resolvi retornar aos bons tempos de COPPE: Escrever, escrever, escrever...

Segundo dados do Sistema de Navegação Fluvial nos EUA e do Corpo de Engenheiros do Exército Americano (USACE), os USA possuem 40.230 Kms de hidrovias sendo:

· 19.310 hidrovias interiores

· 20.920 hidrovias litorais

Só a hidrovia do Rio Mississippi (Principal corredor agrícola dos EUA) tem 3.730 Kms

Os demais números são impressionantes (e de dar inveja). Segue:

· Existem 400 Portos Principais para embarque de produtos a granel.

· São disponibilizados no orçamento americano mais de $2 Bilhões para o USACE manter as hidrovias.

· O orçamento de 2006 disponibilizou cerca de $900M, retirando mais de 228 Milhões de metros cúbicos de dragagem anual (equivalente ao volume aproximado de 150 Maracanãs). IMPORTANTE: 90% da dragagem feita por empreiteiras. Chega de estatais...

Estes são os números do transporte hidroviário nos EUA;

Ou seja, mas de 70 milhões de toneladas de produtos agrícolas e derivados foram transportados em 2006 por hidrovia nos EUA. Estamos bem longe deste número.

A Petrobras quer transportar em 2015 3,4 milhoes de tons de etanol... A hidrovia do Madeira (A mais eficiente do Brasil) transporta hoje algo em torno de 04 milhões de toneladas de grãos para de Porto Velho(RO) para Itacoatiara(AM). Uma operação eficiente.

O mesmo USACE nos mostra que o transporte por hidrovia tem um custo 2/3 do custo do por tonelada na mesma distância que o transporte ferroviário e 1/10 do rodoviário. São números que impressionam.

O comboio padrão que navega pela hidrovia do Mississipi, por exemplo, transporta o equivalente a uma composição com seis locomotivas e 216 vagões... Se compararmos com o modal rodoviário a distância é ainda maior. O mesmo comboio transporta o equivalente a 1050 caminhões. E ainda querem asfaltar a BR-319... Ao lado do Rio Madeira.

Os números acima parecem não sensibilizar o governo brasileiro. Ao ler na íntegra o PAC (?) descobrimos que:

- As hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau não prevêem a construção na 1ª etapa de eclusas. Um enorme contrasenso, pois vai atrapalhar um projeto privado vitorioso.

- O governo vai a fórceps asfaltar duas rodovias que cortam floresta amazônica: BR-163 (Santarém – Cuiabá) e BR-319 (Porto Velho – Manaus). Um crime sob todos os aspectos. Qualquer estudo mostra que o transporte (junto com a energia elétrica) é com certeza o maior vetor de crescimento, pois a acessibilidade atrai atividades econômicas. Um uma bioreserva como a floresta amazônica é uma garantia de devastação sem controle.

Ambas obras mostram que ou o governo é extremamente mal assessorado (duvido) ou acredita realmente que asfalto trás voto (acredito).

Outro número que reforça a necessidade do desenvolvimento do transporte hidroviário é o impacto ambiental. Eficiência de Combustível para transportar uma tonelada de carga é muito maior na hidrovia. Só para ilustrar, com litro de combustível conseguimos percorrer com uma tonelada as seguintes distâncias nos diferentes modais:

244 Km na Hidrovia

175 Km na Ferrovia

66 Km na Rodovia

O sistema é eficiente e é “auto-financiavel”. Como? Vejam só:

Em 1986 o Congresso criou o Fundo de Reservas para a Navegação Fluvial (Inland Waterways Trust Fund – IWTF) onde é cobrado um Imposto sobre Combustível para Embarcações de $0,05 por litro de combustível usado nas hidrovias interiores. IWTF é usado para construções novas e grandes projetos de reabilitação. Existe uma divisão de 50/50 de custos entre IWTF e apropriação do Congresso.

Foi estabelecido um comitê de usuários da navegação fluvial. Alem disso, existe um imposto de 0,125% do valor da carga (ad valorem) para manter o sistema.

A discussão vai longe. Obviamente existem impactos, porem bem menores que os gerados pelo transporte rodoviário ou ferroviário. O beneficio imediato da rodovia continua encantando os políticos.

Qual a melhor opção logística para o agronegócio?




A matriz de transporte de cargas no Brasil vem sofrendo visíveis (mas pequenas) alterações ao longo dos últimos anos (embora a extinção do GEIPOT tenha prejudicado muito o acesso aos dados do segmento).

Esta era a matriz em 2005 (ultimo dado disponível)

Temos uma matriz mal balanceada, levando-se em consideração principalmente as dimensões de nosso país e a vocação e potencial agrícola e de extração mineral.

Outros países com dimensões e características semelhantes trataram ao longo dos anos a questão de forma bem diferente:

O PNLT (Plano Nacional de Logística e Transportes) tem como meta principal equilibrar esta matriz com uma nova matriz para 2023 com a seguinte configuração:


Talvez um pouco receosos das ações do PAC e outros megaprojetos similares, as empresas privadas tem caminhado para modificar este quadro, em especial no agronegócio (Nunca é demais lembrar que a mineração já faz isso há anos e é extremamente eficiente no quesito logística).

Dados do setor apontam que o custo logístico é em torno de 20% no custo final do açúcar, a logística da commodity começa a sair da inércia. Atualmente, entre 80% e 90% do açúcar exportado pelo Centro-Sul segue até os portos da região por caminhão, mas investimentos estão sendo realizados para incrementar o volume transportado por ferrovias para mais de um terço do total.

Algumas ações estão dos grandes grupos do segmento indicam que este número deve alterar-se significativamente nos próximos anos.

1) Segundo a ALL, em 2009, a malha ferroviária do Paraná transportou em torno de 3,7 milhões de toneladas de açúcar. Segundo o Valor econömico, cerca de 1,5 milhão de toneladas foram de produto de fora do Paraná, sobretudo de Mato Grosso do Sul e de São Paulo. Somente a Rumo Logística, controlada pela Cosan, que transportou por ferrovia em torno de 1 milhão de toneladas para exportação no ciclo passado, espera movimentar, na safra 2010/11, de 5 milhões a 6 milhões de toneladas por trilhos.

2) O grupo São Martinho, que anunciou esta semana parceria com a Rumo, também investirá para ampliar a capacidade de transbordo do terminal ferroviário de açúcar localizado na Usina São Martinho, em Pradópolis (SP). Atualmente com capacidade para cerca de 800 mil toneladas do produto por safra, o terminal será ampliado para 2 milhões de toneladas em 2011/12, para atender à demanda de boa parte das 23 usinas localizadas em um raio de 50 quilômetros do terminal. "Estimamos que essa região produza 3 milhões de toneladas", diz o presidente da Rumo, Julio Fontana Neto, sobre o potencial da clientela vizinha.

3) Criada em 2008 por um grupo de produtores de etanol que representam um terço da produção nacional desse produto, a Uniduto tem a missão de oferecer soluções logísticas inovadoras, via dutos e portos, para o etanol produzido no Brasil e torná-lo mais competitivo nos mercados nacional e internacional. Com um projeto baseado em dutos e integração multimodal, a empresa prevê iniciar suas atividades na safra 2011/12. Quando em operação, terá capacidade para transportar até 17 bilhões de litros de etanol por ano. É um projeto ambicioso, porém ainda não saiu do papel, principalmente pelas incertezas quanto a atratividade do etanol no mercado externo.

4) Outra empresa criada, a PMCC (Petrobras, Camargo Correa e Mitsui) também anunciou investimentos de 2 bilhoes de dólares para uma extensa rede de dutos. O alcoolduto da PMCC está previsto para ser implantado em fases e, quando estiver concluído, irá se estender entre Paulínia, onde situa-se a Refinaria do Planalto (Replan), e Senador Canedo (GO), em trajeto com cerca de 800 quilômetros. Esse trecho será instalado na mesma faixa do poliduto São Paulo-Brasília (Osbra), usado para transporte de gasolina, nafta, diesel e querosene de aviação (QAV). Estão previstos quatro centros coletores de etanol na faixa do Osbra. São eles: Ribeirão Preto, Uberaba, Itumbiara e Senador Canedo. Um outro duto, com 115 quilômetros, será construído entre a Replan e Anhembi (SP).

5) A Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) prevê escoar 4 bilhões de litros de etanol pela hidrovia Tietê-Paraná, até 2015, quando toda a frota de 20 comboios adquiridos pela companhia estiver em operação. O início da construção do estaleiro está previsto para julho de 2011, o primeiro comboio deve ser entregue em dezembro do mesmo ano, mas somente em 2013, com nove comboios, o transporte de etanol começará. Isso porque a companhia ainda depende da interligação da hidrovia com a Refinaria de Paulínia (Replan), por meio de um duto. A obra do duto, que deve ligar a cidade de Anhembi (SP) a Paulínia (SP), será feita pela PMCC, companhia controlada pela Petrobras, a Mitsui e a Camargo Corrêa. Em 2015, todos os comboios estarão operando.

Existe ainda uma extensa malha ferroviária não utilizada (ramais inoperantes) no estado de São Paulo com bom potencial para transporte tanto de açúcar quanto etanol, porém sem o Ferroanel e o aumento da capacidade do sistema de cremalheiras da serra do Mar ficará impossível incrementar o uso da modalidade ferroviária.

Os projetos de dutos estão em compasso de espera em função das incertezas do produto no mercado internacional, uma vez que os países ainda estão reticentes quanto a dependência do produto brasileiro.

O uso do sistema hidroviário é, junto com o ferroviário, a solução com maior possibilidade de implantação no médio prazo, porém existem necessidades de infra-estrutura para os terminais e do duto entre Anhembi e Paulínia.

Até lá vamos torcer para que o preço do açúcar e do etanol continuem na estratosfera, caso contrário voltaremos ao cenário (péssimo) de 2008.

O poder público e a iniciativa privada precisam se alinhar para ações cirúrgicas como estas acima mencionadas (é importante ler a exame deste mês, coma solução encontrada pela Vale, produtores e governo de Minas e Goiás), ou continuaremos a ver os milhares de caminhões trafegando pelas rodovias com cargas diretas para o Porto de Santos. Pelo menos o rodoanel chegará no final do mês...

É bom ficar de olho, pois boas oportunidades estão surgindo.

Fontes: Jornal Valor Econômico e Ministério dos Transportes