quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Empresa indiana deve levar a Equipav... mais concentracao no setor Sucroenergetico


Mais uma amostra do apetite estrangeiro no setor de bicombustíveis. Apesar disso sou favorável a consolidação do setor. Existem mais de 430 usinas independentes comercializando com poucas distribuidoras. Um exemplo como este nao existe no mercado agricola... Economia de escala é a base da geração de bons negócios.

O importante é nos posicionarmos com o devido destaque neste novo cenário, pois não estamos vendendo somente os ativos (usinas) mas também mercados consolidados ao longos das ultimas décadas.

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Sem a gana pelo controle ou por obter a totalidade do negócio, o grupo indiano Shree Renuka deve desbancar Bunge, Noble e o fundo Vital Renewable Energy Company (VREC) na disputa pelas duas usinas do grupo Equipav. O Valor apurou que os indianos concordam em obter até 50% do negócio, o que teria agradado os atuais controladores do grupo brasileiro, as famílias Toledo, Vetorazzo e Tarallo. Procurada, a Equipav não quis comentar as informações.

Segundo fontes do mercado, a Bunge teria feito ofertas nos dois formatos: com controle e sem o controle. No entanto, as mesmas fontes afirmam que é consenso na negociação de que a multinacional tende, ao longo do processo, pressionar por adquirir 100% do capital, ou seja, atuar em linha com sua estratégia desenhada com o grupo Moema, recém-adquirido pela múlti.

O Valor apurou ainda que o valor negociado com os indianos está também acima do que a Bunge estaria oferecendo. Conforme publicado pelo Valor, os sócios da Equipav estariam pedindo menos de US$ 150 por cada tonelada de capacidade de moagem, no entanto, mais do que a média do mercado, que é de US$ 100 por tonelada.

"A companhia indiana está concentrando esforços para comprar as usinas da Equipav. Por outro lado, a Bunge mantém interesse, mas acabou de concluir a compra dos ativos da Moema", pondera uma fonte consultado.

O Valor apurou que a Shree Renuka acredita que as negociações deverão ser finalizadas em até um mês. Em novembro, o grupo adquiriu duas usinas de açúcar e álcool da companhia Vale do Ivaí, instaladas no Paraná, marcando sua entrada no Brasil. A negociação com a Equipav tem um motivo muito especial, segundo as mesmas fontes. "Eles entram no mercado paulista, um dos mais cobiçados pelas multinacionais", afirmaram as fontes. Procurada, a empresa indiana não retornou os pedidos de entrevista.

Segundo maior país produtor de açúcar e maior consumidor global da commodity, a Índia tem enfrentado adversidades em sua produção canavieira. A companhia é uma das maiores produtoras de açúcar refinado em seu país. No Brasil, se concretizar as aquisições, a empresa deverá elevar sua posição em açúcar demerara, que poderá ser exportado para a Índia para refino.

Com a entrada de um novo sócio, a Equipav deve também melhorar as condições de renegociação de suas dívidas de curto prazo de cerca de R$ 500 milhões, que foram recentemente repactuadas para pagamento em três anos, com carência de 12 meses. Segundo balanço de 31 de março de 2009, a Equipav detinha uma dívida total de cerca de R$ 1,6 bilhão

Fonte: Valor Economico - 21/01/2010

Brasil começa a estudar importação de etanol


Caros amigos: Voces lebram da ultima aula? Pois é verdade... vamos importar etanol. Será a "maldiçao do açucar"? As usinas realmente estao passando por dificuldades pelo ano de 2008 e 1o. semestre de 2009 muito ruins. Em minha opiniao eh importante rever os custos neste momento, senao sera tarde demais. Uma boa oportunidade para os novos "Pos-graduandos" do MTA.

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Diante da escalada dos preços do etanol, governo e usineiros começam a contemplar a possibilidade de importação do combustível dos Estados Unidos. O tema já foi discutido em reuniões com o governo, que, segundo fontes, teria concordado em zerar a alíquota de importação do produto, hoje em 20%. As importações teriam como objetivo principal garantir o estoque de etanol para a enfrentar a entressafra na produção de cana-de-açúcar.

Do ponto de vista econômico, já vale à pena importar etanol dos Estados Unidos, mesmo com a tarifa de 20%. De acordo com cálculos do consultor Júlio Maria Borges, da Job Consultoria, especializada no setor sucroalcooleiro, o valor do anidro brasileiro nos portos do Nordeste está em torno de R$ 1.398,25 (US$ 790) por metro cúbico, ante R$ 1.470 (US$ 480) por metro cúbico do combustível produzido e comercializado nos Estados Unidos.

- A vantagem é de R$ 542,70 (US$ 310), o que torna viável a operação mesmo com o imposto pago pelo importador", comenta o consultor. No Centro-Sul, o preço do anidro está em R$ 1.312,50 (US$ 750), e a importação também seria viável, mas com maiores riscos ao importador. Com uma eventual mudança na tarifa, portanto, a vantagem nas importações aumentaria. O pedido para redução da tarifa é antigo, mas ganhou força nas últimas semanas diante do enxugamento da oferta interna.

- Se o consumo continuar no ritmo do fim do ano, na casa de 1,4 bilhão ou 1,5 bilhão de litros por mês, não há estoque suficiente para abastecer o mercado até março, abril", disse uma fonte do segmento de distribuição de combustíveis. Nos Estados Unidos, ao contrário, há excedente de oferta neste momento, dizem especialistas. Além disso, destaca Borges, o milho, usado como matéria-prima para o etano americano, está com o preço em baixa.

Fonte: Agencia Estado

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Boas Notícias para o Setor Sucroenergetico - Expansão nas Usinas


Empresas retomam projetos paralisados


A volta da oferta de crédito nos últimos meses ajudou na retomada de alguns projetos de usinas que estavam ou em ritmo muito lento ou suspensos. Somente no Centro-Sul, quatro usinas novas, das 23 previstas, postergaram a inauguração da moagem para o ciclo 2010/11 por falta de recursos, segundo a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). Essa recuperação também oferta novo fôlego às indústrias de base do setor.

"A paralisação de projetos foi muito ruim. Em muitos casos, já tínhamos executado de 50% a 60% do trabalho quando chegou a suspensão. Essa retomada agora é muio bem-vinda", diz Antônio Carlos Christiano, diretor-presidente da Sermatec.

Depois de não conseguir inaugurar sua usina no prazo original, em julho de 2009, a Bioenergética Vale do Paracatu (Bevap), localizada na cidade mineira de mesmo nome, acelerou as obras no fim do ano passado, após o primeiro desembolso, em outubro, de um financiamento aprovado em março de 2009 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Antes de o recurso chegar mantivemos um ritmo lento, mas não paramos", diz o diretor-superintendente da Bevap, Rubsmar Germino. A previsão agora é de inaugurar a unidade em abril de 2010, quando se pretende moer metade da capacidade instalada, portanto, 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.

A Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco) também acelerou no fim do ano os projetos das usinas de Alto Taquari (MT) e de Morro Vermelho (GO). "A previsão era inaugurar as duas unidades no segundo semestre de 2009, mas não conseguimos concluir os projetos. Os sócios fizeram no fim do ano passado um aporte de R$ 380 milhões e, agora a previsão é inaugurar as duas usinas no próximo ciclo", diz Rogério Manso, vice-presidente da Brenco.

Sobre a necessidade de nova capitalização para concluir as obras, Manso prefere não comentar. "Estamos em processo de negociação de joint venture", justifica, referindo-se à negociação com a ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht.

Fonte: Valor Econômico - 05/01/2010

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Após um 2009 difícil a noticia acima ilustra o foco para 2010: forte investimento. Nada indica que o mercado de açúcar e de etanol vá cair nos próximos meses e as usinas com maior capacidade de investimento e que conseguiram cruzar o longo oceano do ano passado terão um ano novo com boas possibilidades. Lembro ainda que este ano é ano de eleição e dois fenômenos de repetem: facilidade na liberação de crédito oficial e alta volatilidade no mercado interno.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Projeto em Roraima realça papel energético da palma




Constituída em março de 2008 e sediada em São Paulo, a Brasil BioFuels já iniciou o plantio de palma em Roraima para tentar aproveitar o potencial do mercado de energias renováveis no Norte do país. Muito dependente do diesel "importado" do Centro-Sul tanto para as atividades de transporte quanto para a geração de eletricidade, a região, conhecida no mundo todo por abrigar a Floresta Amazônica, busca alternativas para limpar sua matriz energética e baratear custos.

A acionista majoritária da Brasil BioFuels é Marina Lagreca, e Milton Steagall é seu principal executivo. Ambos mantêm participações acionárias na Biocapital, também dedicada a biocombustíveis. Em fevereiro de 2008, a Biocapital cancelou uma planejada oferta de ações na bolsa em consequência da deterioração das condições do mercado, o que levou ao adiamento ou arquivamento de alguns projetos. Em entrevista ao Valor, Steagall disse que não participa mais das questões executivas da Biocapital.

Quanto aos planos da Brasil BioFuels, Steagall mostra-se um entusiasta. Segundo ele, já foram investidos cerca de R$ 8 milhões, em capital próprio, na aquisição de terras no sul de Roraima e na fase inicial do plantio de palma na região. "Há 1,1 mil hectares comprados, 200 deles com plantio definitivo, com licença ambiental estadual. E já temos mudas para 1,4 mil hectares", informa. As plantações estão localizadas nos municípios de São João da Baliza e Caroebe.

Para acelerar a expansão, Steagall afirma que a BioFuels aguarda a publicação das diretrizes traçadas pelo primeiro zoneamento agroecológico da palma, que deve ser publicado pelo governo federal no início de 2010. "No passado, a Embrapa considerava a palma inapta para Roraima. Nas savanas do Estado de fato a palma não pega, mas no sul as condições são parecidas com as dos grandes produtores da Ásia. Acreditamos que a palma é uma boa opção para a recuperação de áreas já desmatadas".

A companhia obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para se tornar uma produtora independente de energia e está montando uma termelétrica a base de biomassa (cachos e bagaços) da palma em São João da Baliza. A usina foi projetada para 16 megawatts, está em fase de aquisição de equipamentos e deverá entrar em operação até o fim de 2010. O investimento previsto é de R$ 65 milhões, que ainda terá de ser equacionado. Bancos de fomento como BNDES e BASA aparecem como as principais opções para a obtenção de crédito.

Para que a usina tenha biomassa suficiente para não depender de terceiros, terá de contar com uma área de plantio ao menos 5 mil hectares. Conforme Steagall, o projeto da BioFuels prevê ampla parceria com a agricultura familiar local, e há tratativas com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para acelerar o cadastramento desses produtores. Com o zoneamento agroecológico, esta parceria poderá contar com recursos do Pronaf. Com colheita manual, a a cultura palma exige grande contingente de mão-de-obra.

O projeto da BioFuels prevê uma fábrica de biodiesel em Caracaraí, a 200 quilômetros da térmica de São João da Baliza. Programada para 2012 e orçada em R$ 80 milhões, a unidade teria capacidade inicial para rodar com o óleo de palma de uma área de plantio de 5 mil hectares, ampliável para 10 mil. "A área está comprada e em fase de licenciamento ambiental", diz Steagall.

Como a palma só entra em fase de produção comercial em cinco anos - a vida útil da planta é de cerca de 35 anos -, os planos da Brasil BioFuels envolvem alternativas de plantio e matérias-primas para a geração de energia. Como até o quarto ano a palma não faz sombra, culturas como feijão e mandioca podem ser viáveis. Para a térmica, a ideia é usar a biomassa da acácia, já encontrada na região de São João da Baliza.

Fonte: Valor On Line - 04/01/2010

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Comentários...

O início das vendas do B5 (Diesel com adição de 5% de biodiesel) a partir de hoje deve aquecer o "aparentemete mormo" mercado de biodiesel no Brasil. É um fato que os subsídios são o sustentáculo do combustível no mercado, entretanto o cenário é semelhante ao encontrado há 30 anos atrás no advento do Próalcool na dácada de 70. Notícias como esta amimam o mercado... Feliz 2010.