segunda-feira, 5 de julho de 2010

Informações sobre tancagem de Etanol...Grupo São Martinho pretende estocar 76% do etanol produzido & BNDES financia tancagem (Está é velha!)

O Grupo São Martinho pretende utilizar na safra 2010/2011 toda a capacidade de estocagem de 462 milhões de litros de etanol para poder escoar o combustível quando o preço remunerar melhor a produção, o que é esperado para o período entre dezembro deste ano a março de 2011. "Temos capacidade de estocar 76% da produção e pretendemos utilizá-la, pois avaliamos que os preços irão subir com a forte demanda no mercado interno", disse João Carvalho do Val, diretor financeiro e de Relações com Investidores.

O processamento nas três unidades da companhia - São Martinho e Iracema, em São Paulo, e Boa Vista, em Goiás - deve atingir 13,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra atual, alta de 6% sobre as 12,92 milhões de t de 2009/2010.A produção de etanol deve permanecer em torno de 600 milhões de litros. Já a produção de açúcar deve ser priorizada devido aos preços remuneradores da commodity e saltar para 860 mil toneladas, ante 702 mil t em 2009/2010. "Encerramos hoje o primeiro trimestre da atual safra com 38% da moagem prevista já realizada e em 33% da safra, ou 80 dias, ou seja, estamos adiantados", disse Val.

Com a alta capacidade de estocagem, o executivo afirmou que a companhia priorizará a comercialização de açúcar e álcool no quarto trimestre do ano-safra, ou seja, entre dezembro e março, que coincide com a entressafra da cultura, quando os preços das commodities normalmente são mais remuneradores. "Como os preços nesse trimestre foram bons, iremos buscar a estratégia de vender nesse período novamente [em 2011]", afirmou Felipe Vicchiato, gerente de Relações com os Investidores da companhia.

O diretor financeiro e de RI do Grupo São Martinho disse que 55% da produção de açúcar da atual safra já foi protegida e fixada em torno de 20,5 cents por libra-peso, ante cotação atual entre 15 cents e 17 cents, dependendo do contrato negociado na Bolsa de Nova York. Vicchiato reafirmou que a política da companhia prevê, para o próximo exercício, que receitas e despesas oriundas de fixação de açúcar, álcool e dólar sejam contabilizadas na receita quando contratos forem liquidados.

No balanço anual divulgado terça-feira, o Grupo São Martinho reverteu prejuízo de R$ 71,865 milhões no ano fiscal 2009 para o lucro de R$ 93,196 milhões em 2010, e relatou crescimento da receita líquida de 52,8%, de R$ 774,44 milhões para R$ 1,183 bilhão entre os períodos. O resultado foi atribuído às altas na produção e no valor do açúcar e aos cortes em custos administrativos.

O Grupo São Martinho irá utilizar na safra 2010/2011 toda a capacidade de estocagem de 462 milhões de litros de etanol (76%) para poder escoar o combustível quando o preço remunerar melhor a produção.

Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços - 05/07/2010

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A medida lançada pelo governo, chamada de “warrantagem”, possibilitará ao produtor brasileiro estocar etanol durante a entressafra e, assim, reduzir oscilações no preço do produto durante o ano. O plano, anunciado nesta quinta-feira (05/03/2009) pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, prevê a liberação de R$ 2,5 bilhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar o armazenamento de cinco bilhões de litros de etanol na safra 2009/10. Os recursos estarão disponíveis a partir de maio deste ano.

Para o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, “se não houvesse a liberação do financiamento da estocagem a tendência para a safra 2009/10 seria de um mercado de etanol com preços deprimidos e um mercado de açúcar mais demandante, devido ao déficit internacional de produção”. Na sua avaliação, a decisão “permitirá que a próxima safra não seja tão açucareira, pois passa a ser interessante a estocagem do etanol com financiamento público”.

Sem a warrantagem, os estoques de etanol ficam essencialmente por conta das usinas produtoras, que suportam todo o custo do armazenamento do etanol que abastece o mercado ao longo de todo o ano, especialmente durante a entressafra.

Embora ainda seja preciso analisar detalhadamente todo o conteúdo do plano, como por exemplo, a taxa de juros a ser praticada, a UNICA considera a medida “positiva e oportuna”. Ainda restam dúvidas sobre quais serão os agentes financeiros que, além do Banco do Brasil, poderão repassar os recursos às usinas de cana-de-açúcar, assim como detalhes sobre as garantias a serem exigidas para a concessão do crédito, além da relação de 1,5 litros para cada litro financiado, já anunciada pelo Governo.

A warrantagem proporcionará maior equilíbrio entre os mercados de etanol e açúcar, permitindo aos produtores brasileiros tirar proveito dos melhores preços praticados no mercado internacional do açúcar.

“Isto deve se refletir positivamente no aumento das exportações do setor para 2009, em relação aos totais do ano passado, beneficiando também o mercado interno, pois o fluxo de comercialização de etanol ao longo do ano será mais regular, evitando-se uma volatilidade excessiva de preços e volumes comercializados. Isto também significa mais estabilidade de preços ao longo do ano, e mais oferta durante a entressafra”, finaliza o presidente da UNICA.

Fonte: www.unica.com.br

Transpetro já tem propostas para barcaças.

A Transpetro recebeu ontem seis propostas para construção de barcaças, que serão usadas no transporte hidroviário do etanol produzido nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste para a Refinaria de Paulínia (Replan).

As propostas, que partiram de 13 empresas, serão avaliadas entre 30 e 60 dias e as primeiras unidades deverão ser entregues no fim de 2011.

Com a entrada em operação dos 20 comboios da Transpetro, a utilização da Hidrovia Tietê-Paraná passará dos atuais 20% para 35% de sua capacidade.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Gávea e TPG tornam-se sócios da Rumo

Os fundos de investimento Gávea e Texas Pacific Group (TPG) tornaram-se sócios da Rumo Logística, empresa de transporte ferroviário controlada pela Cosan. Os dois investidores fizeram, juntos, aporte de R$ 400 milhões e vão ficar, cada um, com 12,5% do negócio (25% no total), calculado em R$ 1,6 bilhão. A Cosan manterá os 75% restantes.

A entrada de sócios estratégicos nesse negócio já fazia parte dos planos do grupo desde que a Rumo foi constituída, há quase dois anos. A empresa, voltada para o transporte ferroviário de açúcar entre o interior de São Paulo e o porto de Santos (SP), começou suas operações, de fato, no início deste ano.

A meta da empresa de logística é movimentar de 9 milhões a 10 milhões de toneladas de açúcar por safra - o que representa um terço da produção total do Centro-Sul do país - até 2012. Neste primeiro ano de operação, a expectativa da Rumo é atingir 5 milhões de toneladas de açúcar a granel. Para 2011, as projeções já são de 6,5 milhões a 6,8 milhões de toneladas.

Marcos Lutz, principal executivo da Cosan, afirmou que os fundos Gávea e TPG terão a opção, nos próximos três anos, de trocar de posição, ou seja, sair da Rumo para obter participação na Cosan, caso a empresa de logística não apresente liquidez. Os acionistas, contudo, não acreditam que essa seja uma possibilidade real, uma vez que o escoamento ferroviário tem forte potencial de crescimento. A Rumo também deverá ir à bolsa, quando as condições macroeconômicas ficarem favoráveis, segundo o executivo.

O transporte de açúcar pelos trilhos começou a ganhar corpo nos últimos anos - tradicionalmente o escoamento é feito por caminhões. Atualmente, cerca de 15% da produção de açúcar do país é escoada por trens. Os caminhões respondem por 85% do transporte da commodity até os portos. No futuro, essa equação poderá se inverter, acreditam os especialistas do setor.

Para viabilizar seu projeto, a Cosan, quando ainda era 100% controladora do negócio, encomendou 739 vagões e 50 locomotivas, que somam cerca de R$ 440 milhões. Do total, 439 vagões já estão rodando, afirmou Júlio Fontana Neto, presidente da Rumo. Quatro das 50 locomotivas também já foram entregues e todas estarão operando a pleno vapor até o início de 2011. A fábrica da GE em Contagem (MG) será responsável pelas locomotivas. As empresas Maxion e Randon estão entregando os vagões, na proporção dois terços e um terço cada, respectivamente.

"Vamos receber 28 locomotivas até o fim do ano e outras 18 até o fim do primeiro semestre de 2011", afirmou o executivo. Fontana, que por 12 anos presidiu a empresa MRS Logística, está à frente desse projeto há quase um ano.

A compra dos ativos ferroviários (vagões e locomotivas) da Cosan foi financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da linha Finame, com juros de 4,5% ao ano, por 10 anos, com dois de carência. A ALL (América Latina Logística) é a responsável pela gestão desses ativos.

Há investimentos em curso também na melhoria e duplicação da via férrea, incluindo duplicações de trechos, que devem avançar nos próximos meses, que somam cerca de R$ 535 milhoes. A Rumo já fez os pedidos de licenças ambientais para duplicação de trechos da ferrovia que interliga a cidade paulista de Itirapina a Santos, que soma 330 quilômetros, e para a construção de um grande terminal de captação de cargas em Itirapina. A empresa ainda dispõe de centros de captação em Sumaré (Airosa Galvão) e Pradópolis. O de Sumaré teve seu trecho de 180 quilômetros duplicado.

No início do ano, a Rumo fechou contrato para escoamento de parte da produção de açúcar do grupo São Martinho, um dos maiores produtores sucroalcooleiros do país. Segundo Fontana, outros contratos poderão ser alinhavados nos próximos meses.

Nesses últimos meses, a Rumo participou de "road shows" (apresentações) para atrair investidores ao negócio. Vários grupos e fundos se interessaram pela empresa de logística da Cosan - a maior companhia produtora de açúcar e álcool do mundo e uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país. A operação da Rumo não estava, contudo, condicionada à entrada desses sócios, segundo Lutz.

Fonte: Valor On Line - 05/07/2010