segunda-feira, 2 de novembro de 2009

As necessidades de investimentos com a retomada da economia



Diretor Executivo do Centronave, entidade que reúne as 30 maiores companhias de navegação em atividade no país, Elias Gedeon alerta para a necessidade de retomada dos investimentos nos portos, no momento em que a economia mundial começa a se recuperar da crise iniciada em 2008. “Temos grandes gargalos na infra-estrutura logística que precisam ser resolvidos, sob pena de aumentarmos os custos operacionais, comprometendo a competitividade de nossos exportadores” afirma Gedeon.

O Diretor Executivo do Centronave lembra que os altos custos estruturais e logísticos brasileiros têm impacto perverso sobre toda a cadeia produtiva. “Temos que modernizar nossos terminais. Os armadores identificam os gargalos geradores desses custos. Uma infraestrutura precária é um entrave para o desenvolvimento de nosso comércio exterior. Nós, armadores, fazemos o diagnóstico do problema, mas toda a sociedade, o setor empresarial e, principalmente, o governo, devem trabalhar para resolver esses entraves, criando um ambiente favorável aos investimentos nos portos”, explica Gedeon.

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil precisa investir R$ 43 bilhões na ampliação, modernização e aquisição de equipamentos para os portos. Os investimentos, hoje, estão muito aquém deste patamar.

Outro levantamento, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) indica que Santos, principal porto brasileiro e responsável por mais da metade da movimentação de contêineres, caminhará para um colapso se os investimentos previstos em novos terminais privativos não forem efetivados.

De acordo com o BID, Santos movimentará algo em torno de 7 milhões de contêineres daqui a 12 anos (hoje são 2,7 milhões) e precisará de expressivos investimentos. O risco é de um déficit de 15% na capacidade de movimentação de contêineres a partir da década de 2020. A questão, contudo, é que tais investimentos esbarram em contínuos obstáculos.

“No caso dos novos terminais privativos, o decreto 6.620 de 2008 acabou inibindo os investimentos. O seu objetivo, como novo marco regulatório, era incentivar novos investimentos, mas criou obstáculos - como a obrigatoriedade de o empreendimento ser autossustentável com carga própria - que afastam os interessados”, analisa Gedeon.

Já nas obras de manutenção, como nas dragagens, o Diretor Executivo do Centronave avalia que o empenho da Secretaria Especial dos Portos (SEP) acaba encalhando na lentidão e no excesso de burocracia. “O resultado, infelizmente, é que as dragagens estão atrasadas, impedindo que navios maiores atraquem em nossos portos e dificultando as operações”, completa Elias Gedeon.

Os armadores associados ao Centronave respondem por quase 100% das exportações brasileiras em contêineres e por 70% das exportações totais. Juntos têm US$ 40 bilhões em ativos no país, entre navios e equipamentos.

Fonte: www.centronave.com.br

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